terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal

Acho pouco espirituoso desejar todos os anos, aquilo que a maior parte das pessoas deseja a toda a gente: “Muitas felicidades”, “Tudo de bom”, que “haja saúde”, “paz”, “amor”, “alegria”, blá.. blá…blá. É tudo muito bonito … mas quando alguém, com quem eu só falei uma ou duas vezes, me dirige uma mensagem do género e ainda por cima daquelas já “pré-feitas” e que se repetem vezes e vezes sem conta, acrescentando cifrões às operadoras de telemóveis, fico sempre desconfiado e, porque não dizer, fulo da vida. Será que essas pessoas acreditam que a gente acredita em tais dissimulações fabricadas em serie?
A vós, relativamente à data em questão apenas digo, sem mentiras e sem rodeios:
O acto de ser feliz ou a própria felicidade não é fácil de atingir. Os arquétipos preconcebidos e que, de uma forma geral, nos são impostos ou impingidos por terceiros, são um entrave puro e duro à consumação do estado de felicidade. A Felicidade apenas depende de mim … de ti…. de nós…e, acredita, para todos nós ela é diferente e cabe a cada um encontrar a matriz que nos encha as devidas medidas.
Basta muito pouco para que sejas feliz … está tudo dentro de ti, na tua forma de pensar, molda-te à tua própria felicidade!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Passado



"Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à natureza,
Porque a natureza de ontem não é natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"


(Fernando Pessoa)
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Inevitáveis Mutações

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Metamorfoses, mutações, transmutações, mudanças, transformações …. O que lhe queiram chamar… O facto é que se avizinha mais uma de grande relevância para a minha vida e que se vai reflectir em outras. Não sei porquê mas este pronuncio de mutação, leva-me a pensar numa das condições principais dentro da “teoria do caos”, o chamado “efeito borboleta”. Segundo a cultura popular, o simples bater de asas de uma borboleta poderia provocar um tufão no lado oposto do planeta. Quando penso no inevitável acontecimento, também visualizo mentalmente uma pedra a cair nas águas paradas de um lago, quando esta cai há um pequeno círculo formado pela ondulação que salta aos nossos olhos, depois são gerados outros e mais outros, quase abrangendo as margens do referido espelho de água. È a previsão que faço relativamente à afectação desta grande decisão com as pessoas que nos rodeiam e conhecem.
Como referi, é inevitável que aconteça. Há alturas na vida que requerem sólidas decisões, avançar sem cair na tentação de olhar para trás. Se isto significar um recomeçar do zero ou pelo menos um reinício do ponto inicial, pois que seja.
Uma mudança não tem que ser algo nefasto é sim, pura e simplesmente, mais uma mutação no nosso percurso de vida… talvez esta se repercuta em algo positivo para os três protagonistas. Neste momento um acto negativo seria manter essas vidas tal como estão, sem nada fazer, sem nada alterar.
Foram sete anos. Quatro foram bons, um foi razoável, outro suportável e ainda um outro que se pode classificar como mau. A sequência desta classificação pressupõe uma previsão a tender para o negativo consoante o avançar no tempo. Antes do declínio e, tendo em conta que algo poderá ainda “sobreviver aos escombros”, o melhor é efectuar uma retirada estratégica e salvar o que de bom existe … e que nos faz mover … e que amamos acima de tudo e de todos. A chave de uma saída incólume e que de certeza irá evitar um posterior “lamber de feridas” será sem dúvida alguma, a honestidade e civilidade que nos caracteriza.
Aos que me acolheram, ainda que por afinidade, como elemento integrante das suas vidas … deixo aqui o meu sentido agradecimento e a certeza de que poderão sempre contar comigo … “para o que der e vier”.
Sem ressentimentos, sem mágoas ou máculas, talvez este adeus não o seja verdadeiramente, quem sabe o “adeus” de hoje não seja um “até já” amanhã.
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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Não Deixes Que Metam o Nariz na Tua Vida

"Quando falas ou simulas falar de ti próprio e amalgamas passado, presente, futuro, há sempre os que perguntam se o que contaste é verdade ou não. Nunca indagam se vai ser verdade. O que lhes interessa é saber, com a curiosidade dos intriguistas, se o que se passou (ou parece ter-se passado) se passou mesmo contigo. É um erro de gente vulgar. Parasitários ou não, qualquer invenção ou patranha, qualquer «mentir verdadeiro» é acepipe biográfico, é pretexto para te enfileirarem na nulidade biográfica que é a deles próprios e tecerem incansavelmente histórias a teu respeito. Não te deixes seduzir pelo gosto da conversa. Essa pequena gente não merece a mais pequena atenção, nem tu precisas de espectadores para o salutar exercício diário de falar por falar. (...) Não deixes que metam o nariz na tua vida. Caso contrário, vais ficar cheio de gente, com a sua vida escassamente interessante. O tombo da vida vulgar já foi feito por escritores como Camilo. E tenho a impressão de que, no essencial, a vida vulgar continua a mesma. Desunha-te a escrever (olha que já tens pouco tempo!), mas fá-lo com a discrição e a reserva de quem não se dá às primeiras. É outro exercício salutar."

Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"

sábado, 24 de julho de 2010

Á noite no jardim

Modelo Canon EOS 500D
Exposição 5/10
Abertura f/3.5
ISO 1600
MeteringMode Partial
Flash Não
Dist.Focal 18 mm

domingo, 18 de julho de 2010

Troia (aproveitamento da luz e profundidade de campo)


Modelo Canon: EOS 500D
Exposição: 1/250
Abertura: f/10
ISO: 100
MeteringMode: Pattern
Flash: Não
Dist.Focal: 18 mm

Nocturno - Marina de Troia

Modelo Canon: EOS 500D
Exposição: 4/10
Abertura: f/4
ISO: 1600
MeteringMode: Partial
Flash: Não
Dist.Focal: 21 mm

"Design" - Troia

Modelo: Canon EOS 500D
Exposição: 1/20
Abertura: f/3.5
ISO: 1250
MeteringMode: Pattern
Flash: Não
Dist.Focal: 18 mm

sábado, 19 de junho de 2010

Volta ao Desterro

Canon EOS 500D; Exposição 1/125; Abertura f/7.1; ISO 100

Desloquei-me ao nirvanico local, parei o carro antes da ponte e os carvalhos centenários olhavam-me imponentes, quais guardiões daquela “minha” pequena ermida. Passei à esquerda do coreto, palanque e testemunha de importantes eventos de outros tempos.
Atravessei a pé a românica obra com destino à outra margem, olhei de esguelha a recente praia fluvial, da qual as iradas águas de Inverno parecem não gostar.
Passei ao lado dos velhos eucaliptos sentindo o cheiro fresco da sua folhagem e continuei a marcha pela estrada de asfalto sempre ao lado do Alva. Era algo que eu não fazia à uma dezena de anos, aí eu vi o que perdi.
Suspendi o andamento meia dúzia de vezes só para me deleitar com o cheiro das já floridas mimosas … senti o aprazível aroma das águas claras, força vital que me encheu os pulmões com renovada energia… experimentei na pele o sol quente que o rio espelhava e deleitei-me com ele.
Passado algum tempo cheguei à tal fábrica de luz, a central do Desterro agora transformada em museu, olhei à minha direita e vi as velhas condutas que faziam com que a água movesse as turbinas … acompanhei-as com o olhar e percebi que os “zig-zag” de outrora eram agora um emaranhado verdejante e indistinto, ergui levemente a cabeça e, lá no alto, a Casa das Mimosas erigida a meio do monte, parecia que me reconhecia.
Fico sempre impressionado com o facto de algumas imagens e sensações me levarem a recordar tempos longínquos, memórias escondidas e (re)vivências de um crescer em felicidade.
Fica aqui consumada a promessa de voltar ao meu local de eleição… ao lugar da minha infância.

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Mãos que fazem música


Canon EOS 500D
Exposição 1/60
Abertura f/6.3
ISO 400
MeteringMode Spot
Flash Sim
Dist.Focal 173 mm

Olhares que dizem muito


Canon EOS 500D
Exposição 1/60
Abertura f/6.3
ISO 400

Dist.Focal 200 mm



Canon EOS 500D
Exposição 1/60
Abertura f/6.3

ISO 100
Dist.Focal 173 mm

A Viagem do Elefante - José Saramago

Onde está a Democracia? - José Saramago



Heis aqui um grande exemplo de honestidade intelectual.

Conto - José Saramago

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus Saramago

José Saramago morreu hoje mas o seu nome e a sua obra estão condenados à imortalidade.


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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ainda a propósito da visita do Papa a Portugal…

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Perguntas:

- Quanto é que eu, como contribuinte, irei desembolsar?
- Onde está a laicidade do nosso Estado?
- Tolerância de ponto? (Pensei que o país atravessava uma grave crise económica)

Gostava que me apresentassem um estudo fidedigno da relação custo - benefício da vinda do Papa a Portugal.
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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Regresso?

A vida de cada um requer uma constante gestão nos mais diversificados níveis, sendo sob este prisma evidente que cada um a administra da forma como bem entende e que considera correcta. É natural que um terceiro que a observe “do outro lado de espelho” não consiga um suficiente campo de visão ou um reflexo fidedigno, de forma a conseguir discernir uma qualquer inferência acerca da mesma.
É, para qualquer humano, inato que a determinado momento das nossas vidas se consumem pausas para reflexão, é o detrimento do acessório na busca suprema do essencial, poderemos encontrá-lo ….ou não.
Cheguei no entanto à conclusão que existem alguns “acessórios” que já fazem parte de nós mesmos e que vão a “passos largos” ascendendo mais um degrau na complexa hierarquia da importância que impomos a nós próprios.
Com esta pausa consegui (para além de outras) uma certeza "absoluta" ... não vos conheço de lado nenhum, não sei quem vocês são nem o que fazem ... mas tive saudades vossas.
Regressei, agora mesmo, do labiríntico turbilhão de pensamentos que coabitam o meu cérebro. Talvez tenha vindo para ficar ou….talvez (ainda) não.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Petição Contra a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura

(Fotografia retirada do site "olhares" - Autor: Fernando Salgueiro)

"Considerando que:

a) à luz da ciência actual, que reconhece os animais como seres capazes de sentir dor e prazer, torna-se ainda mais evidente aquilo que D. Maria II publicou em 1836 - que "as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas" e que acabam por "impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa";

b) segundo a Lei de Protecção aos Animais (Lei 92/95), "são proibidas todas as violências injustificadas contra animais", pelo que as actividades tauromáquicas são - ou deveriam ser - ilegais;

c) segundo um estudo realizado em 2007 pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE, a maioria da população portuguesa é contra a tauromaquia, sendo que 50% dos inquiridos manifesta-se mesmo a favor da sua proibição;

d) o progressivo abandono de tradições retrógradas e inadequadas não deve ser encarado de forma negativa, sendo, pelo contrário, aquilo que caracteriza a evolução das sociedades;

e) a existência de touradas no século XXI constitui um embaraço para Portugal perante a comunidade internacional;

f) cabe ao Estado, e nomeadamente ao Ministério da Cultura, promover e apoiar actividades culturais e artísticas que contribuam para a formação e o desenvolvimento pessoal e social dos cidadãos, não a crueldade para com os animais e o fomento da violência;

Vimos por este meio manifestar a nossa veemente oposição à alocação de dinheiros públicos à indústria tauromáquica, responsável por uma actividade cruel e bárbara, que nada tem a ver com cultura e que não se coaduna com o grau de evolução que desejamos para o nosso país.

Pretendemos por isso o cancelamento da anunciada secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, bem como a suspensão de quaisquer apoios, directos ou indirectos, do Estado às actividades tauromáquicas, incluindo a sua transmissão pela televisão pública. "


Se concordas ... Assina a petição


http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=PETPPA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pedido de ajuda - Casa de Santa Isabel

A Quinta do Formigo em São Romão, um local de grande harmonia natural, onde se encontra a Casa de Santa Isabel (Comunidade terapêutica para crianças e jovens com necessidades especiais), está neste momento a correr o risco de desaparecer.
Pedimos a vossa ajuda com a assinatura da seguinte petição http://www.petitiononline.com/formigo/petition.html
Obrigado