sábado, 19 de junho de 2010

Volta ao Desterro

Canon EOS 500D; Exposição 1/125; Abertura f/7.1; ISO 100

Desloquei-me ao nirvanico local, parei o carro antes da ponte e os carvalhos centenários olhavam-me imponentes, quais guardiões daquela “minha” pequena ermida. Passei à esquerda do coreto, palanque e testemunha de importantes eventos de outros tempos.
Atravessei a pé a românica obra com destino à outra margem, olhei de esguelha a recente praia fluvial, da qual as iradas águas de Inverno parecem não gostar.
Passei ao lado dos velhos eucaliptos sentindo o cheiro fresco da sua folhagem e continuei a marcha pela estrada de asfalto sempre ao lado do Alva. Era algo que eu não fazia à uma dezena de anos, aí eu vi o que perdi.
Suspendi o andamento meia dúzia de vezes só para me deleitar com o cheiro das já floridas mimosas … senti o aprazível aroma das águas claras, força vital que me encheu os pulmões com renovada energia… experimentei na pele o sol quente que o rio espelhava e deleitei-me com ele.
Passado algum tempo cheguei à tal fábrica de luz, a central do Desterro agora transformada em museu, olhei à minha direita e vi as velhas condutas que faziam com que a água movesse as turbinas … acompanhei-as com o olhar e percebi que os “zig-zag” de outrora eram agora um emaranhado verdejante e indistinto, ergui levemente a cabeça e, lá no alto, a Casa das Mimosas erigida a meio do monte, parecia que me reconhecia.
Fico sempre impressionado com o facto de algumas imagens e sensações me levarem a recordar tempos longínquos, memórias escondidas e (re)vivências de um crescer em felicidade.
Fica aqui consumada a promessa de voltar ao meu local de eleição… ao lugar da minha infância.

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2 comentários:

Sá Maper disse...

Obrigada! =)

Anónimo disse...

bem... o que essa visita ao desterro me lembrou a minha infância