sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Nostalgias

È findo mais um dia do cumprimento dos chamados deveres laborais, o crepúsculo abateu-se por entre o pequeno envidraçado onde outrora se vislumbrava a luz daquela estrela criadora de vida.
Vivenciei a noite, um tanto ou quanto, empurrado pelos outros prisioneiros desta batalha perdida. Ao tentar afogar a mágoa dei por mim a deglutir mais uma CRF num qualquer bule aquecido, na esperança vã de igualmente enternecer o corpo e alma do frio provindo do exterior. Abstraído momentaneamente do presente, rememorei aquela pequena criatura adoravelmente pura e bela que me cativou desde que decidiu confrontar este mundo infecto.
Recolhi-me ao estranho Leito tendo a própria solidão por companhia, aquele pequeno ser, de uma beleza imensurável e totalmente dependente, perpetuava neste meu pedacinho cerebral que me controla os sentimentos. Que sensação é esta que me invade e leva a perceber que hoje o dependente sou eu? Sinto-me completamente agarrado àquele grande vicio que é a pequenina Lara. Como poderei ausentar-me? Como poderei perder as suas belas e constantes mutações? Estarei preparado para perder tudo isso? Os pequenos fios da teia desta minha vida estão entrelaçados com os dela, formando um unificado cordel que jamais poderá ser corrompido. Sinto que somos uma criatura indivisa cuja separação presente já me faz morrer um pouco.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Prefácio

Aqui estou eu, qual crisálida irrompendo do protector casulo, tentando chegar àquelas criaturas que não me ouvem. Embora tentando que as vibrações oriundas do meu orifício bucal cheguem àqueles tímpanos, saberei sempre que nunca atingirão aquele cérebro e que os resquícios chegados serão sempre de uma distorção deprimente. Mas a esperança persistirá sempre em mim.
Não sei qual a razão pela qual não me faço ouvir e o propósito deste blogue estará, em parte ligado a esta questão, à minha necessidade de apurar o meu sentido crítico, e porque não dizer também auto-crítico, sem esquecer porém o exercitar da opinião perante a sociedade e perante a vida.
Este é um blogue pessoal, não querendo com isto dizer que seja unicamente meu. É, acima de tudo algo que vos transmito, mas um monólogo jamais serviria os meus propósitos, estou aberto ao diálogo e sujeito á critica (desde que construtiva) e que me ajude na minha dinâmica transformação.
Agradeço pelo despertar surgido de uma tal de "Ztsche" à qual agradeço e cujo ser nem tem consciência da minha existência. Ser tendencialmente criativo, criativamente literário e ávido de socialização, que sem saber carregou no "Enter" do meu teclado accionando o correcto programa de expressão. Estarei atento ás tuas metamorfoses e transmissão de sensações na dita tertúlia daquele bolbo que faz irromper os nossos fluidos lacrimais.