sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Salvador Dali

A utilização da imagem/pintura de apresentação deste blogue não é um mero acaso nem foi colocada pelo simples facto de ter gostado dela, o seu uso foi motivado por esta conseguir interagir com o nosso subconsciente e pelo facto daquilo que à partida nos parece ser um cisne, de repente, no seu reflexo conseguirmos verificar que também poderá ser um elefante. A pintura de Dali possui esta característica inaudita em que a nossa percepção poderá, momentaneamente variar, permitindo-nos passear na pintura de forma maravilhosa. Se pensarmos bem, o próprio ser humano enquanto ser prosopopeico, poderá deixar-nos cair no erro do “parecer e não ser”, aquilo que num determinado momento nos parece perfeitamente concreto e concebível, à segunda vista poderá ser quase ilógico, mas ainda assim leva-nos a um corrupio pensante de procurar saber o porquê e de justificar a razão de um “belo cisne” se metamorfosear num “possante elefante.

“Cisnes Reflectindo Elefantes” – Salvador Dalí
Observando a pintura, alguns cisnes nadam numa pequena lagoa cercada com uma ilha ao centro. Uns cisnes são bem visiveis, outros, o seu reflexo na água, distorcem-se e transformam-se em elefantes, existindo também outras visualizações possiveis, variando da percepção de cada pessoa. A imagem, vista como metáfora, é uma obra de vários significados e um desafio à nossa imaginação.


Conhecer Salvador Dalí


Salvador Domenec Felip Jacint Dalí Domenech nasceu em Figueres – Espanha a 11 de Maio de 1904, vindo a falecer a 23 de Janeiro de 1989.
Dalí foi um importante pintor espanhol, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela espantosa combinação de imagens bizarras com uma excelente qualidade plástica, nas suas pinturas utilizava desenho refinado e técnica meticulosa para criar imagens provocativas e alucinadas às quais chamava "sonhos fotográficos pintados à mão". Este foi influenciado pelos grandes Mestres Renascentistas de então, e foi, indubitavelmente, um artista com grande talento e imaginação. Tinha uma reconhecida paixão por atitudes e por fazer coisas extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes enfadava aqueles que apreciavam a sua arte e que ao mesmo tempo incomodava os seus críticos, a sua excentricidade tendia a ofuscar os seus notórios trabalhos.
Dalí pintou as suas obras mais famosas, e provavelmente as melhores, na década de 1929-1939, usando um "método crítico-paranóico" que ele mesmo imaginou. Este método envolvia várias formas de associações ilógicas, notadamente imagens que mudavam conforme a percepção de quem as via, de tal maneira que um grupo de soldados guerreando pudesse de repente ser visto como o rosto de uma mulher ou o reflexo de um conjunto de cisnes pudesse ser visto como um elefante (tal como na imagem de apresentação deste Blog e já referido anteriormente). Uma característica distintiva da arte de Dalí é que, além de serem obras fantásticas, elas eram sempre pintadas com uma técnica "académica" impecável e de precisão "fotográfica" que a maioria dos vanguardistas de então consideravam fora de moda. No final da década de 1930, Dalí começava a ser reconhecido nos Estados Unidos, onde as atitudes em relação às novidades artísticas eram menos conservadoras do que no “Velho Mundo”, a América proporcionou-lhe várias oportunidades para ele usar o talento que dispunha e também despoletou o seu lado exibicionista. Tornou-se uma grande celebridade, encenava happenings (representações teatrais feitas de improviso) muito antes da invenção deste termo, e eventualmente até aparecendo em comerciais de televisão. Entretanto, Dalí também continuava a trabalhar muito e com seriedade, mantendo-se prolífero como artista, projectista e escritor. Viveu o bastante para se tornar um ícone da geração hippie e criar um monumento pessoal fantástico na forma do Museu Dalí em Figueras (Espanha), tendo por fundo um ambiente repleto de objectos e murais bizarramente criativos. Os últimos anos da Dalí foram obscurecidos por um distanciamento de sua esposa Gala, embora ele se sentisse arrasado com sua morte em 1982. Entretanto, crescia a sua preocupação com a enorme quantidade de obras falsas que circulavam. Segundo se consta, ele próprio foi culpado disso, porque é claro que foi induzido a assinar centenas, talvez milhares, de folhas em branco que seriam obviamente usadas de forma ilícita. Perdurou virtualmente como um espectro vivo até sua morte, em 20 de Janeiro de 1989. Está enterrado no Museu Dalí na sua terra natal.

Alguns dos seus “Sonhos fotográficos pintados à mão”:



"Criança Geopolitica Observando o Nascimento do Novo Homem" - Salvador Dalí


"O Labirinto" - Salvador Dalí




"Metamorfose de Narciso" - Salvador Dalí


"Sonho Causado Pelo Vôo de Uma Abelha à Volta de Uma Romã, Um Segundo Antes de Despertar" - Salvador Dalí

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Um ligeiro ânimo surgido do frio

Gélido momento este o que perpetua em mim, embora permaneça ao Sul deste pequeno rectângulo, nem aqui o calor se faz sentir. Enregela-me os ossos e trespassa-me a alma, será da frente fria que se aproxima ou será a causa proveniente desta sofreguidão nostálgica, desta culpabilização movida a puro abandono? Sim, embora por um curto período (eu espero) e de forma não intencional, eu abandonei-as. È a elas que eu reverencio e é com elas que eu deveria permanecer. Não sou, de forma alguma, movido a cifrões mas sei o suficiente para compreender que é à sua volta que o mundo gira, bem como nós giramos em seu redor. A coragem de dar o outro passo para o “novo mundo” ainda não surgiu … mas quem sabe um dia …
Isto é o que eu sei fazer, ou talvez eu me esconda atrás disto que eu penso saber fazer, provavelmente escondo-me para que a realidade não me encontre, escondo-me para pregar sustos à própria possibilidade de uma nova criação.
Entretanto apenas posso dizer que a semana chegou ao fim e que o reencontro está próximo, para já é este o meu alento!